18 novembro, 2019

PASSANDO PELO DESERTO


Poucos cenários são tão desoladores quanto o deserto. A sensação que esse panorama exala, causa tristeza, remete a solidão e engendra um vazio quase infindável. É uma ausência de vida, um ardor de sofrimento e uma escassez funesta. O vazio dessa paisagem é o mesmo que sentimos nos momentos de provação, solidão e abandono. O deserto é simbolo de provação e tentação. O povo de Israel, a nação eleita, durante quarenta anos enfrentou as dificuldades, a tentação e a prova de sua fé no deserto. Mas nesses dias difíceis Deus não os abandonou, ele os guiou por todo esse tempo, para saber o que havia em seus corações, se guardariam ou não os seus mandamentos (Deuteronômio 8.2). Muitos não resistiram e endureceram os seus corações nesse tempo de angústia. 
Todavia, não devemos seguir o exemplo deles, principalmente, daqueles que morreram no deserto, sem terem contemplado, ao menos de longe, a terra prometida. Precisamos ouvir a voz de Deus que nos diz: “Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto. Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. A quem jurei que não entrarão no meu repouso” (Salmos 95.8-11). Não é preciso refletir muito, para entender que muitos perderam a oportunidade de provar da terra que manava leite e mel. Precisamos considerar que as condições são adversas para todos nesta vida. 
Todos enfrentamos a escassez de recursos, as dificuldades, as tentações, tribulações e pesares no deserto dessa vida, porém nem todos confiam em Deus. São as promessas do Senhor que revigoram as nossas forças e nos fazem sentir pela fé, no presente momento, o sabor da vitória, que poderemos desfrutar se formos fiéis e entrarmos em Canaã, como Josué e Calebe. E no demais, a nossa Canaã é mais linda, porque é do céu, onde Deus habita. Portanto, precisamos continuar confiando em Deus, porque “os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” (Isaías 40.30-31).

08 novembro, 2019

PORQUE CREMOS NA TRINDADE ?

No Antigo Testamento a revelação de Deus se inicia apresentando o ser divino como o criador de todas as coisas (Gn 1.1; Is 45.18). O Deus vivo e poderoso se manifesta com amor e misericórdia para os homens que o temem (Gn 6.7-9; Ez 14.13-14). Ele é o Senhor, o Deus Eterno, que escolheu Abraão para ser o patriarca dos judeus (Mt 3.9) e o pai de muitas nações (Gn 17.4-5). A fé dos seus descendentes, o povo escolhido, é direcionada a um "Deus único" que ama a justiça (Sl 11.7; 33.5), mas não tolera a iniquidade (Sl 5.4; Rm 1.18). 

Em contraposição à crença monoteísta dos descendentes de Abraão, o mundo religioso apresentou em outras culturas a crença em diversas divindades. Ao invés de acreditarem em um Deus criador, creram em deuses criados (Is 44.9-10) pela imaginação humana. Eles "... mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Rm1.23), conforme a vaidade dos seus sentidos.

O Novo Testamento traz a revelação de Jesus Cristo, o Filho de Deus, mostrando que "... nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.8). E apesar de demonstrar que o ser divino é uno, em propósito e essência, o apresenta em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16-17). A complexa relação que existe em crer, num único Deus manifesto em três pessoas, é difícil de ser explicada, e mais ainda, de ser compreendida. Mas se observarmos o relato da criação, encontramos no livro de Gênesis (1.28) que Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança ...", o que nos leva a entender que a trindade estava presente na criação do homem.

27 outubro, 2019

A luta contra o mundo

Sabemos que temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5.1), mas não com o mundo. E se pensarmos em termos marciais, temos três inimigos que combatem incessantemente nossas almas: o diabo, o mundo e o pecado. Conforme o apóstolo Paulo ensinou, a nossa batalha não é contra os homens, mas contra os principados das trevas (Efésios 6.12) que atuam contra o Reino de Deus, combatendo os que vivem na luz.

Contudo, nessa guerra enfrentamos outro inimigo, o mundo. Todavia, o "mundo" ao qual me refiro, não é o espaço que Deus criou, no princípio, para que vivêssemos nele. É difícil definir esse inimigo com poucas palavras. E, sem recorrer a termos teológicos, posso descrevê-lo como uma estrutura espiritual que cerca a todos e que se apresenta sob diversas formas, como física, social, material, psicológica, emocional ou qualquer outra, que direta ou diretamente nos oprime. 

O mestre disse "... Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim" (João 15.18) e também "... Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16.33). Ele disse essas palavras para nos confortar e garantir que podemos vencer esse terrível inimigo. 

Há dias em que estamos cansados da opressão desse mundo e, justamente nestes momentos difíceis, devemos nos lembrar das palavras de Jesus. Especialmente as que ouvimos no início da nossa caminhada da fé: "Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). Portanto, devemos tornar a levantar a espada do Espírito (Efésios 6.17) e o escudo da Fé (Efésios 6.16) para prosseguir nessa batalha, até alcançar a vitória em nome de Jesus, e receber a coroa da vida (Apocalipse 2.10).

11 outubro, 2018

EXISTE DIFERENÇA?

Nesses últimos dias tenho percebido como a sociedade mudou, como nós evangélicos mudamos e como os não-evangélicos também mudaram. Há mais ou menos três décadas ser evangélico era muito mais difícil que hoje.

Havia uma discriminação muito grande para com os “crentes” e  não éramos bem vistos pela sociedade. Éramos considerados como pessoas de "pouca cultura” e  na maioria éramos  da classe do proletariado. 
Hoje compomos uma grande parcela da sociedade, já não somos ignorados, temos uma participação mais ativa na política, na sociedade  e deixamos de ser considerados como os “sem cultura”. 



 Isso em parte pode ser considerado muito bom, porém devemos tentar enxergar o outro lado da moeda. 
Ser  evangélico tornou-se tão  popular  que   é difícil distinguir quem realmente é evangélico de quem não é. Os usos e costumes caíram e  se não totalmente, pelo menos estão em queda vertiginosa e  com essa mudança entrou  em declínio a santificação, o bom testemunho, a consistência do casamento, os valores da família, o fervor espiritual  (Mateus 24:12) e até o amor fraternal.   

Podemos mudar nossos usos e costumes, com certeza, mas não podemos mudar o  zelo pela decência e pela doutrina da santificação. Em outras palavras não podemos nos conformar com este mundo cheio de sedução, maldade e pecado. Ou então, seremos semelhantes aos que não tem o temor de Deus e  vivem dissolutamente na prática do pecado. 

Podemos ser iguais à todas as pessoas em tudo, mas não na prática do pecado, nisso devemos ser diferentes, pois fomos chamados para a santificação (Levítico 20:26) e não para a imundícia.

Em suma devemos continuar sendo  “diferentes” em nossas atitudes e valores, visando a nossa própria salvação (Hebreus 2:3), caso contrário seremos condenados com o mundo.


"Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve." Malaquias 3:18



UM NOME MISTERIOSO




Não são poucos os que têm surgido tentando explicar o mistério do nome de Deus. O que para muitos não parece  ser um enigma, na verdade é um quebra-cabeças  sem fim. 


Deus se revelou a Moisés no Monte Horebe, declarou-lhe o Seu Nome, "YHWH",   (Ex 3:13-15) e  mais tarde entregou-lhe os Dez Mandamentos (Ex 20:3-17) que incluiam  a ordem: "Não tomarás o nome do Senhor,   teu Deus em vão." Êxodo 20:7. 


 Com  base nesse mandamento os hebreus passaram a ter temor de pronunciar o nome de Deus,  e entenderam que deveriam pronunciá-lo somente em solenidades especiais, como no Dia da Expiação (Yom Kipur).


Em outras ocasiões, no contexto religioso, eles pronunciavam "Adonai" (Senhor) e fora dele, em conversações, HaShem (O Nome). 


Alguns afirmam que para não profanar o nome de Deus,"YHWH",  eles deixaram de pronunciá-lo, 

e somente os sacerdotes o pronunciavam no templo em Jerusalém. Além dissso, depois da dispersão dos judeus pelo mundo, é possível que, mesmo conservando as tradições religiosas, onde o hebraico era ensinado, tenha se perdido a pronúncia correta.

Hoje entre judeus e estudiosos das escrituras não existe um consenso, pois alguns acreditam que a pronúncia é "YAUÊ " e outros "YAOUHÚ", "YÁHU"  ou "YAHOU". 


Para completar o mistério, em nossas Bíblias o nome santo de Deus foi traduzido para nós por "SENHOR" ( Adonai ), possivelmente sob a influência dos judeus. Mas será que isto interfere em nossa salvação ?

Acredito que não, pois Abraão, o servo de Deus, nosso pai na fé, possivelmente não conhecia o nome santo de Deus (Êxodo 6:3). Ele conhecia a Deus como o "Deus Todo Poderoso" (Gênesis 17:1) e provavelmente onde é referido o nome sagrado, explica-se pelo fato de que quem escreveu o livro de Gênesis (Moisés) conhecia este nome. 

Independentemente da forma como se referiu ao nome de Deus, porém considerando-se que foi com reverência, temor e fé,  Abrão foi abençoado e salvo.

Do mesmo modo, nós que somos filhos dele pela fé, seguindo o seu exemplo seremos também abençoados e salvos. Desde que obedeçamos a Palavra de Deus, sejamos fiéis ao nosso Deus, creiamos em Seu Filho e continuemos a perseverar na  doutrina dos apóstolos. 

Quanto ao mistério do nome santo de Deus, um dia será revelado e o  " ... SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome. (Zacarias 14:9)


Shalom Adonai