08 novembro, 2019

PORQUE CREMOS NA TRINDADE ?

No Antigo Testamento a revelação de Deus se inicia apresentando o ser divino como o criador de todas as coisas (Gn 1.1; Is 45.18). O Deus vivo e poderoso se manifesta com amor e misericórdia para os homens que o temem (Gn 6.7-9; Ez 14.13-14). Ele é o Senhor, o Deus Eterno, que escolheu Abraão para ser o patriarca dos judeus (Mt 3.9) e o pai de muitas nações (Gn 17.4-5). A fé dos seus descendentes, o povo escolhido, é direcionada a um "Deus único" que ama a justiça (Sl 11.7; 33.5), mas não tolera a iniquidade (Sl 5.4; Rm 1.18). 

Em contraposição à crença monoteísta dos descendentes de Abraão, o mundo religioso apresentou em outras culturas a crença em diversas divindades. Ao invés de acreditarem em um Deus criador, creram em deuses criados (Is 44.9-10) pela imaginação humana. Eles "... mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Rm1.23), conforme a vaidade dos seus sentidos.

O Novo Testamento traz a revelação de Jesus Cristo, o Filho de Deus, mostrando que "... nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.8). E apesar de demonstrar que o ser divino é uno, em propósito e essência, o apresenta em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16-17). A complexa relação que existe em crer, num único Deus manifesto em três pessoas, é difícil de ser explicada, e mais ainda, de ser compreendida. Mas se observarmos o relato da criação, encontramos no livro de Gênesis (1.28) que Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança ...", o que nos leva a entender que a trindade estava presente na criação do homem.

27 outubro, 2019

A luta contra o mundo

Sabemos que temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5.1), mas não com o mundo. E se pensarmos em termos marciais, temos três inimigos que combatem incessantemente nossas almas: o diabo, o mundo e o pecado. Conforme o apóstolo Paulo ensinou, a nossa batalha não é contra os homens, mas contra os principados das trevas (Efésios 6.12) que atuam contra o Reino de Deus, combatendo os que vivem na luz.

Contudo, nessa guerra enfrentamos outro inimigo, o mundo. Todavia, o "mundo" ao qual me refiro, não é o espaço que Deus criou, no princípio, para que vivêssemos nele. É difícil definir esse inimigo com poucas palavras. E, sem recorrer a termos teológicos, posso descrevê-lo como uma estrutura espiritual que cerca a todos e que se apresenta sob diversas formas, como física, social, material, psicológica, emocional ou qualquer outra, que direta ou diretamente nos oprime. 

O mestre disse "... Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim" (João 15.18) e também "... Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16.33). Ele disse essas palavras para nos confortar e garantir que podemos vencer esse terrível inimigo. 

Há dias em que estamos cansados da opressão desse mundo e, justamente nestes momentos difíceis, devemos nos lembrar das palavras de Jesus. Especialmente as que ouvimos no início da nossa caminhada da fé: "Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). Portanto, devemos tornar a levantar a espada do Espírito (Efésios 6.17) e o escudo da Fé (Efésios 6.16) para prosseguir nessa batalha, até alcançar a vitória em nome de Jesus, e receber a coroa da vida (Apocalipse 2.10).

11 outubro, 2018

EXISTE DIFERENÇA?

Nesses últimos dias tenho percebido como a sociedade mudou, como nós evangélicos mudamos e como os não-evangélicos também mudaram. Há mais ou menos três décadas ser evangélico era muito mais difícil que hoje.

Havia uma discriminação muito grande para com os “crentes” e  não éramos bem vistos pela sociedade. Éramos considerados como pessoas de "pouca cultura” e  na maioria éramos  da classe do proletariado. 
Hoje compomos uma grande parcela da sociedade, já não somos ignorados, temos uma participação mais ativa na política, na sociedade  e deixamos de ser considerados como os “sem cultura”. 



 Isso em parte pode ser considerado muito bom, porém devemos tentar enxergar o outro lado da moeda. 
Ser  evangélico tornou-se tão  popular  que   é difícil distinguir quem realmente é evangélico de quem não é. Os usos e costumes caíram e  se não totalmente, pelo menos estão em queda vertiginosa e  com essa mudança entrou  em declínio a santificação, o bom testemunho, a consistência do casamento, os valores da família, o fervor espiritual  (Mateus 24:12) e até o amor fraternal.   

Podemos mudar nossos usos e costumes, com certeza, mas não podemos mudar o  zelo pela decência e pela doutrina da santificação. Em outras palavras não podemos nos conformar com este mundo cheio de sedução, maldade e pecado. Ou então, seremos semelhantes aos que não tem o temor de Deus e  vivem dissolutamente na prática do pecado. 

Podemos ser iguais à todas as pessoas em tudo, mas não na prática do pecado, nisso devemos ser diferentes, pois fomos chamados para a santificação (Levítico 20:26) e não para a imundícia.

Em suma devemos continuar sendo  “diferentes” em nossas atitudes e valores, visando a nossa própria salvação (Hebreus 2:3), caso contrário seremos condenados com o mundo.


"Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve." Malaquias 3:18



UM NOME MISTERIOSO




Não são poucos os que têm surgido tentando explicar o mistério do nome de Deus. O que para muitos não parece  ser um enigma, na verdade é um quebra-cabeças  sem fim. 


Deus se revelou a Moisés no Monte Horebe, declarou-lhe o Seu Nome, "YHWH",   (Ex 3:13-15) e  mais tarde entregou-lhe os Dez Mandamentos (Ex 20:3-17) que incluiam  a ordem: "Não tomarás o nome do Senhor,   teu Deus em vão." Êxodo 20:7. 


 Com  base nesse mandamento os hebreus passaram a ter temor de pronunciar o nome de Deus,  e entenderam que deveriam pronunciá-lo somente em solenidades especiais, como no Dia da Expiação (Yom Kipur).


Em outras ocasiões, no contexto religioso, eles pronunciavam "Adonai" (Senhor) e fora dele, em conversações, HaShem (O Nome). 


Alguns afirmam que para não profanar o nome de Deus,"YHWH",  eles deixaram de pronunciá-lo, 

e somente os sacerdotes o pronunciavam no templo em Jerusalém. Além dissso, depois da dispersão dos judeus pelo mundo, é possível que, mesmo conservando as tradições religiosas, onde o hebraico era ensinado, tenha se perdido a pronúncia correta.

Hoje entre judeus e estudiosos das escrituras não existe um consenso, pois alguns acreditam que a pronúncia é "YAUÊ " e outros "YAOUHÚ", "YÁHU"  ou "YAHOU". 


Para completar o mistério, em nossas Bíblias o nome santo de Deus foi traduzido para nós por "SENHOR" ( Adonai ), possivelmente sob a influência dos judeus. Mas será que isto interfere em nossa salvação ?

Acredito que não, pois Abraão, o servo de Deus, nosso pai na fé, possivelmente não conhecia o nome santo de Deus (Êxodo 6:3). Ele conhecia a Deus como o "Deus Todo Poderoso" (Gênesis 17:1) e provavelmente onde é referido o nome sagrado, explica-se pelo fato de que quem escreveu o livro de Gênesis (Moisés) conhecia este nome. 

Independentemente da forma como se referiu ao nome de Deus, porém considerando-se que foi com reverência, temor e fé,  Abrão foi abençoado e salvo.

Do mesmo modo, nós que somos filhos dele pela fé, seguindo o seu exemplo seremos também abençoados e salvos. Desde que obedeçamos a Palavra de Deus, sejamos fiéis ao nosso Deus, creiamos em Seu Filho e continuemos a perseverar na  doutrina dos apóstolos. 

Quanto ao mistério do nome santo de Deus, um dia será revelado e o  " ... SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome. (Zacarias 14:9)


Shalom Adonai










O MEDO


Sabemos que quando Adão pecou no Éden - o jardim do Paraíso, ele sentiu pela primeira vez o medo, pois ao ouvir a voz de Deus ele disse “...ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gn 3:10. 


Nunca antes ele havia experimentado essa sensação de temor ou medo. A partir desse momento, o medo passou a ser o grande inimigo do homem e de geração à geração tem levado vidas ao fracasso e até mesmo à morte. Há pessoas que não acreditam que alguém possa literalmente morrer de medo, mas isso é possível.
 
Houve um caso  de um estudante que, sendo aprovado no vestibular de uma faculdade, foi alvo de um trote violento e morreu de medo.

Ele foi levado com os olhos vendados por outros alunos  até uma estrada de ferro,  ali o deitaram e amarraram os seus pés e mãos nos trilhos. Ao ouvir o som de um trem se aproximando, o estudante sentiu muito medo, seu coração disparou  e pensando que ia ser despedaçado pelo trem,  morreu. A linha de trem em que ele foi amarrado estava desativada,  mas ao lado dela havia uma outra por onde os trens trafegavam. Como ele não sabia disso, pensou que o trem estava vindo em sua direção e o pavor da morte o levou ao óbito.  O medo é um dos  maiores inimigos que enfrentamos.   

Ele é o oposto da fé. Pode-se  dizer que é uma fé negativa, que contribui ou faz com que coisas ruins aconteçam. O próprio Jó declarou: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu;” Jó 3:25. 


A fé é por natureza positiva, pois ninguém tem fé que vai ficar desempregado, pobre, abandonado ou que vai morrer. Todos tem fé que vão permanecer empregados, prósperos, amparados e irão continuar vivendo. Ela é usada para receber as bênçãos de Deus, ao passo que o medo é negativo e faz com que o homem acredite que coisas ruins vão acontecer. 
Quem acredita que o mal vai acontecer, acaba por sua "anti-fé" (medo ou temor) atraindo  o mal ou criando condições para que ele se torne real e aconteça.

Dentre os temores mais comuns que temos, seis são os que mais nos apavoram: o medo da morte, o medo da velhice, o medo da doença, o medo de perder o amor de alguém, o medo das críticas e o medo da pobreza. 

Para vencer cada um desses grandes inimigos temos uma arma poderosa: a palavra de Deus. A palavra de Deus nos dá vitória sobre o medo porque ela gera fé – “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus;” Romanos 10:17.


Cremos que podemos combater todos os temores ou medos com as escrituras:

- o medo da morte combatemos com as palavras de Jesus - “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” João 11:25. Também com as palavras do salmista - “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam;” Salmo 23:4.

- o medo da velhice combatemos com o Salmo 90:12 - “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” E com as palavras de Paulo - “..ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia;” II Coríntios 4:16.

- o medo da doença combatemos com o Salmo 103:3 - “Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades.” E com a promessa de Deus – “...nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara;” Êxodo 15:26.

- o medo de perder o amor de alguém querido combatemos com as palavras de Paulo a Timóteo - “ Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” II Timóteo 1:7.

- o medo das críticas combatemos com as palavras de Jesus - "... tende bom ânimo, eu venci o mundo" João 16:33 . E com o  Salmo 27:10 - “Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; por-me-ás sobre uma rocha.”

- o medo da pobreza combatemos com o Salmo  37:25 - “Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão.”

Com Deus e com a sua palavra podemos vencer todo o medo, pois como ao chefe da sinagoga, Jesus fala conosco: “...Não temas, crê somente;”  Marcos 5:36.