23 abril, 2021

Entre a fé e a razão


       A liberdade de pensamento é uma das maiores conquistas da humanidade. Cada um pensa e expressa aquilo que faz parte da base do seu raciocínio. Mas quanto à defesa da fé fundamentada no cristianismo bíblico, não creio que seja importante rebater ou refutar críticas e teorias vazias que são apenas um amontoado de palavras desprovidas de virtude. A fé não pode ser explicada ou mesmo compreendida pela razão, pois não é tangível e nem se submete à prova física. Diante de questões e debates, que são apenas uma falácia de coisas que ceticistas tem pouco conhecimento, só podemos afirmar que não existe outra opção a não ser crer ou não crer.

      A fé não pode ser esquadrinhada, provada ou entendida de forma racional, porque contraria todo o tipo de lógica. Uma das grandes ameaças à fé cristã é a negação dos milagres realizados por Deus e também a negação da ressurreição do corpo de Cristo. Entre a fé e a razão existe uma estrada de milhares de quilômetros que as separam e as mantém em posições opostas. Tentar racionalizar ou explicar a ocorrência de milagres, mesmo sem querer admitir, é negar a fé.

      Qualquer tentativa de explicar um milagre de Deus, racionalmente e com teorias, será sempre um golpe contra a genuína fé. É isso que a corrente filosófica do ceticismo, inclusive a moderna, tem feito, propondo argumentos e teorias para negar a existência de milagres. A filosofia humana não se compara à sabedoria divina e por mais que receba aplausos da sociedade, jamais será aprovada por Deus.

     O grande filósofo do século XVII, Spinoza, com sua incredulidade e suas explicações teóricas, colocou em descrédito a Bíblia, afirmando que ela é uma obra metafórica e não exprime a verdade sobre Deus. Se a Bíblia não expressa a verdade sobre Deus, então, nesse caso, não existiria a verdade. Mas ao contrário dos pensamentos ceticistas de Spinoza, a verdade existe e está contida na Bíblia. A maior revelação sobre Deus e sobre a verdade encontra-se nas páginas das escrituras sagradas. Toda a verdade sobre Deus está expressa em Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6).

   Portanto, se cremos em Cristo, nos seus ensinos e na verdade que Ele nos revelou, não podemos desacreditar em seus milagres, na sua ressurreição ou em outras maravilhas que Deus fez pelo seu próprio poder. Como as escrituras dizem “…Sempre seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso” (Romanos 3.4), uma palavra que se aplica adequadamente aos que negam a veracidade dos milagres como muitos filósofos fizeram a exemplo de Spinoza.





12 novembro, 2020

AS ESCOLHAS DA VIDA

        A vida é feita de escolhas, em algumas nós acertamos e em outras erramos. É verdade que nem sempre podemos fazer uma opção pelo que queremos, assim, escolhemos o que está ao nosso alcance. Mas há momentos em que temos a chance de escolher o caminho a seguir e, então, de acordo com as opções, fazemos a nossa escolha. Esta liberdade para decidir o que queremos, o que vamos fazer ou para onde vamos, é o livre arbítrio. Somos livres para seguir o bem ou o mal, praticar a justiça ou a injustiça, promover atos de bondade ou maldade.

        Todavia, somos responsáveis por nossos atos, não importa quais sejam, pois tudo o que fazemos tem implicações no presente e no futuro. E o mais interessante é que temos a tendência de acreditar que tudo quanto escolhemos está perfeitamente certo. Nunca vi alguém levantar outra bandeira senão a que defende com absoluta certeza que fez tudo certo. Mas podem existir exceções.

        Contudo, as escrituras sagradas mostram que há caminhos que o homem escolhe, pensando que está certo, mas que não são uma boa escolha, como está escrito: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14.12). Somos inclinados pela ação do pecado a fazer escolhas erradas com base em nosso entendimento limitado e, não poucas vezes, lamentamos depois as nossas escolhas.

        Quantas oportunidades algumas pessoas tiveram de se arrepender dos seus erros e pecados, mas não se arrependeram. Escolheram continuar seguindo os seus próprios caminhos que aos seus olhos pareciam ser certos. Boa parte dessas pessoas são teimosas, não reconhecem seus erros, não mudam seus hábitos e se recusam a aceitar a verdade. Não querem mudar, preferem morrer presas aos seus pecados do que receber a libertação pelo conhecimento da Palavra de Deus.

        Alguns escolhem acreditar em mentiras, mas não na verdade, ficaram cegos e, por isso, não enxergam a verdade. Mas não existe libertação na mentira e a verdade, por mais difícil que seja aceitá-la, é a única forma de libertação do engano. Os homens podem falhar, errar, mentir e mascarar uma vida inteira.
        
        Entretanto, se quiserem ter a vida eterna (salvação) precisam abandonar as suas escolhas e dar preferência a Jesus, porque Ele é a verdade. Porquanto somente quem nEle crê, pode receber a libertação do engano, conforme está na Palavra de Deus: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32). Sem contradição alguma, Jesus Cristo é a verdade e pode nos libertar, conforme está escrito: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).

 Aristeu Alves



11 novembro, 2020

A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

       A pregação do evangelho é a missão mais sublime que a igreja já recebeu. Mas o que motiva os cristãos a saírem pelo mundo anunciando a Cristo? O amor pelas almas? O amor a Cristo? O desejo de compartilhar a salvação? Ou tudo isso? Em maior ou menor relevância todos esses fatores motivam os voluntários para a obra missionária.

        Todavia, o que impulsiona a Igreja, a sair para resgatar as almas que estão sendo levadas ao inferno, é o Espírito Santo. É Ele quem comissiona  pregadores, evangelistas, profetas, pastores, missionários e apóstolos. Pois foi o Espírito Santo que separou no primeiro século o maior mestre, pregador e missionário que já passou por esta terra.

        Quando a Igreja de Antioquia orava e jejuava, o Espírito Santo disse: “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado” (Atos 13.2). Saulo, que também é Paulo, foi o maior mestre, pregador e missionário que o mundo já conheceu. Hoje, o mesmo Espírito Santo está comissionando outros “Barnabés” e outros “Paulos” para a sua obra, porque grande é a seara, mas são poucos os ceifeiros (Mateus 9.37).


 Aristeu Alves




SINAL DO FIM DOS TEMPOS

    Vivemos no tempo da apostasia, uma época marcada pelo distanciamento das verdades bíblicas e pela exaltação da infidelidade. Aliás, essa é a marca da sociedade moderna que abandonou os valores morais e subjugou os valores espirituais de acordo com a sua conveniência. Mas não me refiro aos que sofreram um acidente na caminhada da fé, deslizaram, cometeram um erro, mas se arrependeram e continuam na presença de Deus.

    Faço menção ao cenário atual onde se pode ver pessoas infiéis em tudo, nos negócios, nos tratados, no casamento, na igreja local, na doutrina bíblica e, principalmente, diante de Deus. A promiscuidade e a leviandade destroem o caráter de milhares de pessoas, levando-as a caminhar em direção às portas do inferno.


    Essa marca do tempo é um dos sinais da vinda de Cristo, pois Ele mesmo disse que por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos se esfriaria (Mateus 24.12). E Paulo, escrevendo a Timóteo, fez a seguinte afirmação: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4.1). Nesse cenário, é digno de admiração como tem surgido tantas interpretações absurdas dos textos bíblicos e como pessoas incautas seguem os verdadeiros mestres do engano.


    Não há outra explicação senão que foram seduzidos por doutrinas de demônios, que pervertem as verdades da palavra de Deus, transformando-as, com falsas interpretações, em heresias. Mas tudo isso, já foi previsto conforme as escrituras. Em seu tempo Paulo se preocupou com o futuro da igreja quando afirmou:  “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (Atos 20.29-31).


    São tempos difíceis caracterizados pela existência de uma sociedade perversa, constituída de homens que não possuem um bom caráter, conforme está escrito: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Timóteo 3.1-4).


    Todavia, não podemos nos conformar com este mundo (Romanos 12.2),ou seja, não devemos andar de acordo com os ditames sociais criados pelo nosso adversário. É o tempo de levantarmos uma única bandeira, ser fiel ao Senhor, porque Deus é fiel. Devemos nos lembrar o que diz a Palavra de Deus: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10).


                        Aristeu Alves







08 novembro, 2020

A TEOLOGIA DA SALVAÇÃO NA PERSPECTIVA DO CALVINISMO

O Calvinismo entende que a natureza humana ficou totalmente corrompida pelo pecado, uma doutrina bíblica aceita pela maioria dos cristãos, pois Paulo em sua carta aos Romanos afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos, 3.23). E, apesar de propor que a eleição dos salvos não ocorre por mérito das obras, supõe uma predestinação para a salvação, ou seja, alguns nascem predestinados a serem salvos, independente de suas obras. 

Nesse caso, anula o amor de Deus por toda a humanidade, porquanto entende que Cristo morreu apenas pelos “eleitos” ou, em outras palavras, pelos predestinados a serem salvos. A predestinação implica na impossibilidade de resistir ao chamado da Graça de Deus, pressupondo, dessa forma, que para os eleitos não existe o livre arbítrio quanto à salvação. Como também é impossível que aqueles que foram chamados possam abandonar totalmente a vocação para a qual foram predestinados. Por outro lado, a compreensão teológica da salvação do armianismo é mais simples e coerente com as escrituras sagradas.

De acordo com essa corrente teológica o plano da salvação é universal, isto é, elaborado para contemplar todos os pecadores. Cristo foi oferecido em sacrifício vivo por toda a humanidade pecadora e assim a eleição ocorre por meio da fé. São salvos os pecadores que creem em Jesus Cristo e permanecem na fé e na obediência aos ensinos da Palavra de Deus. 

A salvação que é alcançada mediante a fé não é incondicional, depende da fidelidade a Deus.  Por isso, a doutrina da salvação proposta por Jakob Arminius é mais aceita e seguida pela maioria dos cristãos.


                                                                                 Aristeu Alves