O Novo Testamento é uma seção da Bíblia formada por vinte e sete livros, dos quais dois foram escritos por Lucas, treze por Paulo e o restante por outros autores. Para alguns estudiosos, a obra de Lucas composta por dois volumes, o Evangelho de Lucas e o livro de Atos dos Apóstolos, é a mais importante do Novo Testamento. Entretanto, a importância das cartas de Paulo não deve ser diminuída, principalmente, se considerarmos o seu valor doutrinário para a Igreja.
Mas sobre a obra de Lucas, talvez o maior destaque seja o livro de Atos dos Apóstolos, que para os pais da Igreja como Orígenes, Tertuliano e Eusébio, era referido apenas como Atos. O propósito de Lucas ao escrever esse livro, considerado o segundo volume de sua obra, tem sido objeto de divergência quanto ao seu entendimento.
Por mais que a maioria não julgue Atos como um livro histórico, porque Lucas não ficou conhecido como historiador da Igreja, ainda assim, não se consegue unanimidade sobre o propósito do autor. Para alguns o livro foi escrito com a finalidade de descrever a atividade de Deus, em Cristo, orientada para a salvação da humanidade (KUMELL, 1982, apud SOUZA, 1999).
No entanto, Lucas escreveu para Teófilo, que no primeiro volume é chamado de “excelentíssimo Teófilo”, demonstrando que se tratava de uma pessoa importante. Para Champlin (1998), Teófilo era um membro da aristocracia romana, um oficial do exército, o que pode explicar o propósito do livro. A intenção do autor ao escrever Atos, nesse caso, era mostrar ao estado romano que o cristianismo não era subversivo e, por isso, merecia ser considerado um movimento religioso legítimo.
Essa suposição não destoa com o pressuposto que Lucas escreveu o livro de Atos para convencer Teófilo de que ninguém pode deter a marcha vitoriosa do evangelho. Afinal, Lucas descreve a expansão do evangelho, em meio à crises e perseguições, com o testemunho próprio de milagres e operações do Espírito Santo.
De qualquer forma, o livro mostra as
ações de líderes da Igreja, demonstra o caráter pacífico do cristianismo e, sob
tais circunstâncias, tenta conquistar a empatia do estado romano. Nesse caso, o
propósito apologético de Atos é defender o cristianismo como um movimento
religioso legítimo, aprovado por Deus e que não se opõe ao estado romano.
Bibliografia
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado: versículo
por versículo. Vol. III, Atos-Romanos. São Paulo. Ed. Candeia, 1998.
SOBREIRA, Antonio Gonçalves. Atos dos Apóstolos.1 ed. UNINTA, 2017.
SOUZA, Itamir Neves de. Atos uma história singular:77 esboços
expositivos. Curitiba. Ed. Descoberta, 1999.
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