30 maio, 2021

A ARCA DE DEUS

    Quando Jesus estava com seus discípulos no monte das Oliveiras, eles preocupados com o fim dos tempos e querendo se informar quando seria o retorno de Jesus, perguntaram-lhe em particular: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24.3). O mestre lhes disse que se levantaria nação contra nação, indicando que aconteceriam guerras, e também haveria fomes, terremotos e pestes em muitos lugares. Mas todas essas coisas seriam o começo das dores, ou seja, o início do sofrimento.

    Esse é o momento que estamos vivendo hoje, o princípio das dores, quando os sinais do fim começam a se tornar mais intensos. Entretanto, ainda não é o fim, o fim de todas as coisas como aconteceu no mundo antigo, que foi submerso pelas águas do dilúvio, acontecerá quando os escolhidos entrarem na arca. Pois como “aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos” (Lucas 17.26-27).

    Uma outra condição para chegar o fim dos tempos é o evangelho do reino ser pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes (Mateus 24.14). Isso está acontecendo em nossos dias. A tecnologia digital nos proporcionou condições de participar de redes sociais, grupos e fóruns na internet, como também ampliou a velocidade da comunicação do evangelho de Cristo ao mundo.
É quase inimaginável pensar que existe alguém, conectado na rede mundial de computadores, que não tenha visto ou ouvido uma mensagem relacionada a Jesus ou à salvação que ele propiciou com a sua morte na cruz. Portanto, não é possível que alguém que está conectado na rede mundial de computadores desconheça o evangelho.

   A desculpa de não servir a Deus, por não ter ouvido falar do evangelho, não pode mais ser dada. Então, podemos perguntar: o que falta para o retorno de Jesus? Essa questão pode ter respostas dentro e fora das escrituras sagradas. Mas é importante considerar o fato que Deus não enviará o seu Filho enquanto todos os seus planos, inclusive individuais, para com a Igreja, Israel e o mundo não se cumprirem. Mas quando Jesus voltar, no arrebatamento da igreja, os escolhidos entrarão na arca de Deus, receberão a vida eterna e, então, virá o fim.

11 maio, 2021

A ORAÇÃO DO JUSTO

      Elias, de acordo com as escrituras sagradas, foi um dos mais notáveis profetas de Deus durante a dispensação da lei. Era um tempo difícil em que a desobediência aos mandamentos do Senhor era punida com a morte. Mas, nem por isso, os filhos de Israel se afastavam do pecado.
     Seguindo a liderança de Acabe, rei de Israel, que construiu um altar ao deus dos cananeus Baal, o povo se entregou a idolatria e abandonou ao Senhor. Houve uma apostasia total no reino de Israel, comandada pelo seu rei e por sua mulher, Jezabel, que tinha grande apreço pelos 450 falsos profetas de Baal.
       Em meio à crise espiritual que ameaçava destruir a verdadeira fé no Deus de Abraão, o profeta Elias surge e declara a Acabe o fechamento das janelas do céu: “Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (1Reis 17.1).
     As palavras do profeta foram uma oração, uma profecia, um juízo divino, um ato profético ou uma declaração de fé? Há muitas interpretações e entendimentos que podem ser tecidos a partir da proclamação feita por Elias de um tempo de estiagem em Israel. Mas prefiro crer nas palavras do apóstolo Tiago que sobre esse fato traz uma impressionante revelação: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto” (Tiago 5.17-18).
     O espantoso nas palavras de Tiago é que ele declara que o profeta era sujeito às mesmas paixões que nós, mas orou e os céus retiveram a chuva por três anos e meio. Elias não era um supercrente, infalível e perfeito. Aliás, nesta terra não existe ninguém que seja perfeito, mas Deus que está nos céus é a essência da perfeição. E um homem imperfeito, mas fiel a Deus, que sofria tentações e resistia ao diabo, tinha em sua vida o poder da oração. E se a oração de Elias tinha poder, a nossa também tem, pois a oração de um justo pode muito em seus efeitos (Tiago 5.16).


Aristeu Alves

02 maio, 2021

O PROPÓSITO DO LIVRO DE ATOS

    O Novo Testamento é uma seção da Bíblia formada por vinte e sete livros, dos quais dois foram escritos por Lucas, treze por Paulo e o restante por outros autores. Para alguns estudiosos, a obra de Lucas composta por dois volumes, o Evangelho de Lucas e o livro de Atos dos Apóstolos, é a mais importante do Novo Testamento. Entretanto, a importância das cartas de Paulo não deve ser diminuída, principalmente, se considerarmos o seu valor doutrinário para a Igreja. 

    Mas sobre a obra de Lucas, talvez o maior destaque seja o livro de Atos dos Apóstolos, que para os pais da Igreja como Orígenes, Tertuliano e Eusébio, era referido apenas como Atos. O propósito de Lucas ao escrever esse livro, considerado o segundo volume de sua obra, tem sido objeto de divergência quanto ao seu entendimento. 

    Por mais que a maioria não julgue Atos como um livro histórico, porque Lucas não ficou conhecido como historiador da Igreja, ainda assim, não se consegue unanimidade sobre o propósito do autor. Para alguns o livro foi escrito com a finalidade de descrever a atividade de Deus, em Cristo, orientada para a salvação da humanidade (KUMELL, 1982, apud SOUZA, 1999). 

    No entanto, Lucas escreveu para Teófilo, que no primeiro volume é chamado de “excelentíssimo Teófilo”, demonstrando que se tratava de uma pessoa importante. Para Champlin (1998), Teófilo era um membro da aristocracia romana, um oficial do exército, o que pode explicar o propósito do livro. A intenção do autor ao escrever Atos, nesse caso, era mostrar ao estado romano que o cristianismo não era subversivo e, por isso, merecia ser considerado um movimento religioso legítimo. 

    Essa suposição não destoa com o pressuposto que Lucas escreveu o livro de Atos para convencer Teófilo de que ninguém pode deter a marcha vitoriosa do evangelho. Afinal, Lucas descreve a expansão do evangelho, em meio à crises e perseguições, com o testemunho próprio de milagres e operações do Espírito Santo.

     De qualquer forma, o livro mostra as ações de líderes da Igreja, demonstra o caráter pacífico do cristianismo e, sob tais circunstâncias, tenta conquistar a empatia do estado romano. Nesse caso, o propósito apologético de Atos é defender o cristianismo como um movimento religioso legítimo, aprovado por Deus e que não se opõe ao estado romano.   

                                                                                                       Aristeu Alves

                                                                                   

Bibliografia

 

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado: versículo por versículo. Vol. III, Atos-Romanos. São Paulo. Ed. Candeia, 1998.

SOBREIRA, Antonio Gonçalves. Atos dos Apóstolos.1 ed. UNINTA, 2017.

SOUZA, Itamir Neves de. Atos uma história singular:77 esboços expositivos. Curitiba. Ed. Descoberta, 1999.

 

23 abril, 2021

Entre a fé e a razão


       A liberdade de pensamento é uma das maiores conquistas da humanidade. Cada um pensa e expressa aquilo que faz parte da base do seu raciocínio. Mas quanto à defesa da fé fundamentada no cristianismo bíblico, não creio que seja importante rebater ou refutar críticas e teorias vazias que são apenas um amontoado de palavras desprovidas de virtude. A fé não pode ser explicada ou mesmo compreendida pela razão, pois não é tangível e nem se submete à prova física. Diante de questões e debates, que são apenas uma falácia de coisas que ceticistas tem pouco conhecimento, só podemos afirmar que não existe outra opção a não ser crer ou não crer.

      A fé não pode ser esquadrinhada, provada ou entendida de forma racional, porque contraria todo o tipo de lógica. Uma das grandes ameaças à fé cristã é a negação dos milagres realizados por Deus e também a negação da ressurreição do corpo de Cristo. Entre a fé e a razão existe uma estrada de milhares de quilômetros que as separam e as mantém em posições opostas. Tentar racionalizar ou explicar a ocorrência de milagres, mesmo sem querer admitir, é negar a fé.

      Qualquer tentativa de explicar um milagre de Deus, racionalmente e com teorias, será sempre um golpe contra a genuína fé. É isso que a corrente filosófica do ceticismo, inclusive a moderna, tem feito, propondo argumentos e teorias para negar a existência de milagres. A filosofia humana não se compara à sabedoria divina e por mais que receba aplausos da sociedade, jamais será aprovada por Deus.

     O grande filósofo do século XVII, Spinoza, com sua incredulidade e suas explicações teóricas, colocou em descrédito a Bíblia, afirmando que ela é uma obra metafórica e não exprime a verdade sobre Deus. Se a Bíblia não expressa a verdade sobre Deus, então, nesse caso, não existiria a verdade. Mas ao contrário dos pensamentos ceticistas de Spinoza, a verdade existe e está contida na Bíblia. A maior revelação sobre Deus e sobre a verdade encontra-se nas páginas das escrituras sagradas. Toda a verdade sobre Deus está expressa em Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6).

   Portanto, se cremos em Cristo, nos seus ensinos e na verdade que Ele nos revelou, não podemos desacreditar em seus milagres, na sua ressurreição ou em outras maravilhas que Deus fez pelo seu próprio poder. Como as escrituras dizem “…Sempre seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso” (Romanos 3.4), uma palavra que se aplica adequadamente aos que negam a veracidade dos milagres como muitos filósofos fizeram a exemplo de Spinoza.





12 novembro, 2020

AS ESCOLHAS DA VIDA

        A vida é feita de escolhas, em algumas nós acertamos e em outras erramos. É verdade que nem sempre podemos fazer uma opção pelo que queremos, assim, escolhemos o que está ao nosso alcance. Mas há momentos em que temos a chance de escolher o caminho a seguir e, então, de acordo com as opções, fazemos a nossa escolha. Esta liberdade para decidir o que queremos, o que vamos fazer ou para onde vamos, é o livre arbítrio. Somos livres para seguir o bem ou o mal, praticar a justiça ou a injustiça, promover atos de bondade ou maldade.

        Todavia, somos responsáveis por nossos atos, não importa quais sejam, pois tudo o que fazemos tem implicações no presente e no futuro. E o mais interessante é que temos a tendência de acreditar que tudo quanto escolhemos está perfeitamente certo. Nunca vi alguém levantar outra bandeira senão a que defende com absoluta certeza que fez tudo certo. Mas podem existir exceções.

        Contudo, as escrituras sagradas mostram que há caminhos que o homem escolhe, pensando que está certo, mas que não são uma boa escolha, como está escrito: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14.12). Somos inclinados pela ação do pecado a fazer escolhas erradas com base em nosso entendimento limitado e, não poucas vezes, lamentamos depois as nossas escolhas.

        Quantas oportunidades algumas pessoas tiveram de se arrepender dos seus erros e pecados, mas não se arrependeram. Escolheram continuar seguindo os seus próprios caminhos que aos seus olhos pareciam ser certos. Boa parte dessas pessoas são teimosas, não reconhecem seus erros, não mudam seus hábitos e se recusam a aceitar a verdade. Não querem mudar, preferem morrer presas aos seus pecados do que receber a libertação pelo conhecimento da Palavra de Deus.

        Alguns escolhem acreditar em mentiras, mas não na verdade, ficaram cegos e, por isso, não enxergam a verdade. Mas não existe libertação na mentira e a verdade, por mais difícil que seja aceitá-la, é a única forma de libertação do engano. Os homens podem falhar, errar, mentir e mascarar uma vida inteira.
        
        Entretanto, se quiserem ter a vida eterna (salvação) precisam abandonar as suas escolhas e dar preferência a Jesus, porque Ele é a verdade. Porquanto somente quem nEle crê, pode receber a libertação do engano, conforme está na Palavra de Deus: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32). Sem contradição alguma, Jesus Cristo é a verdade e pode nos libertar, conforme está escrito: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).

 Aristeu Alves